As Equipas de Cuidados Continuados Integrados – uma resposta ao alcance de um “clique”

Segundo o Guia Prático da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, as Equipas de Cuidados Continuados Integrados destinam-se a pessoas em situação de dependência funcional transitória ou permanente, cujo critério de referenciação assenta na fragilidade, limitação funcional grave, doença avançada ou em fim de vida, que reúnam condições no domicílio que permitam a prestação dos cuidados. É formada por uma equipa multiprofissional tendo como princípios basilares uma abordagem transdisciplinar em que o utente e a família/pessoa significativa se encontram no centro dos cuidados.

São critérios para a referenciação:

a) Frequência de prestação de cuidados de saúde superior a 1 vez por dia, ou, prestação de cuidados de saúde superior a 1 hora e 30 minutos por dia, no mínimo de 3 dias por semana;

b) Cuidados além do horário normal de funcionamento da equipa de saúde familiar, incluindo fins-de-semana e feriados;

c) Complexidade de cuidados que requeira um grau de diferenciação ao nível da reabilitação;

d) Necessidades de suporte e capacitação ao cuidador informal.” (CF. Portaria 50 de 2 fevereiro de 2017, p. 610).

Face ao exposto, a ECCI partilha a missão de contribuir para a promoção e melhoria do estado de saúde da população mediante a prestação de cuidados de saúde, apoio social e psicológico de âmbito domiciliário e comunitário, particularmente às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamento próximo, atuando ainda na educação para a saúde, articulando com os recursos ao dispor na comunidade funcionando como agentes facilitadores e integradores. A missão destas equipas encontra-se norteada por valores como a cooperação, solidariedade e trabalho de equipa, com autonomia para desenvolver parcerias, com a tónica assente no respeito pela individualidade do utente e a gestão participativa baseada num sistema de comunicação e de relações entre todos os seus profissionais. Assim é dever das equipas de saúde estarem atentas às reais necessidades dos utentes e referenciar com a maior brevidade possível, a fim de minimizar sequelas, traduzindo-se em ganhos em saúde e em autonomização do utente e família; já para não falar em que questões económicas/financeiras e sociais que estão sempre na ordem do dia.

Os ganhos em saúde são indiscutíveis. Mesmo que o utente não evidencie potencial de reconstrução de autonomia, a capacitação do cuidador/pessoa significativa com conhecimentos e habilidades, o apoio e a presença de uma equipa multiprofissional são pilares essenciais para a transição salutar do utente/família para uma nova condição de saúde/doença, potenciando o que for passível de ser potenciado, minimizando eventuais e reais sequelas.

Em suma: vala e pena referenciar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Unidade de Gestão e Acompanhamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (2023). Guia Prático da Rede nacional de Cuidados Continuados Integrados. Disponível em https://seg-social.pt/documents/10152/27187/N37_rede_nacional_cuidados_continuados_integrados_rncci/f2a042b4-d64f-44e8-8b68-b691c7b5010a

Portaria 50 de 2 de fevereiro de 2017 do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e Saúde. Diário da República: I série, Nº 24 (2017). Acedido em 13 de abril de 2023. Disponível em https://files.dre.pt/1s/2017/02/02400/0060800629.pdf

 

 

 

 

 

 

Especialista em Enfermagem de Reabilitação

Unidade de Cuidados na Comunidade – Amares

ACeS Cávado II – Gerês/Cabreira