As fraturas de Hoffa são raras e por vezes associadas a outras lesões. Este tipo de fratura é comum nas mulheres com idade superior a 50 anos (osteoporose / baixa energia) e nos homens jovens (alta energia).

No entanto, o número de fraturas cresce exponencialmente com a idade.

O mecanismo de lesão é variado, estas fraturas resultam habitualmente de traumatismos de alta energia. Em utentes idosos, ocorre queda sobre o chão com joelho fletido.

A fratura de Hoffa é uma fratura articular, sendo imperativo a sua redução anatómica para prevenção de complicações.

Existem dois tipos de tratamento, o cirúrgico e o não cirúrgico. Opta-se pelo tratamento não cirúrgico tendo em conta os fatores relacionados com o utente, e com o tipo de fratura. O tratamento conservador pode ser considerado nas fraturas sem desvio. O objetivo do tratamento conservador não é a redução anatómica da fratura, mas a restauração do alinhamento axial e comprimento.

O tratamento cirúrgico é o tratamento de eleição. O pós-operatório inclui o uso de imobilização gessada durante 4 a 6 semanas, seguido de um período variável de reabilitação, a carga parcial está permitida a partir das 8 semanas após a cirurgia.

A reabilitação pós-operatória é de extrema importância para que consigamos levar a cabo a recuperação funcional completa do nosso utente.

O programa de reabilitação é sempre ajustado à realidade de cada utente.

É frequentemente necessário efetuar um trabalho de fortalecimento muscular dos dois membros superiores e do membro inferior não operado, para que as atividades de vida diária sejam efetuadas com maior segurança e se possa progredir de uma forma mais rápida no programa de reabilitação.

O trabalho de reabilitação mais específico ao nível do membro inferior operado inclui:

  • controlo da dor e do edema;
  • ganho de amplitudes articulares do joelho (extensão e flexão);
  • ganho de força muscular global, sobretudo a nível do quadríceps
  • ganho de flexibilidade;
  • ganho de equilíbrio;
  • re-aprendizagem do correto padrão de marcha.

As diversas técnicas de massagem são extremamente úteis nomeadamente para drenagem, diminuição das aderências cicatriciais e libertação dos músculos e fáscias.

Bibliografia

Biasoli, M., & L, I. (2003). Aspectos gerais da reabilitação física em pacientes com osteoartrose. Rev Bras Med, 6(3), 133-136.

Borges, S. C. C. S. (2015). Resultados da implementação de um programa de reabilitação em utentes submetidos a artroplastia total do joelho. Retrieved from https://bibliotecadigital.ipb.pt/handle/10198/12000

Ordem dos Enfermeiros (2010). Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação. Disponível em: http://www.ordemenfermeiros.pt/legislacao/Documents/LegislacaoOE/RegulamentoCompetenci asReabilitacao_aprovadoAG20Nov2010.pdf

 

 

 

 

 

 

Fátima Fraga Enfª

UCC do Cávado ao Ave II