De repente, chega o momento da vida em que a obrigatoriedade de cumprir horários, pela qual tantas vezes ansiamos, deixa de existir… Depois de tantos anos cronometrados pelo relógio, pelas rotinas, pelos compromissos e deslocações diárias, a vida passa a ser pautada maioritariamente pela nossa forma de estar e ser.
A pergunta que a todos nos assusta é: e agora, como ocupar estas horas “onde o doce nada fazer “domina o nosso tempo?
Cada um de nós deverá encontrar o melhor destino, nunca descurando a atividade cognitiva, emocional e física. E isto é algo que se constrói desde cedo, é algo que se conquista, que não pode ser deixado para depois, quando o vazio da reforma se quiser instalar…
Um envelhecer saudável envolve variadas vertentes: saúde, educação, segurança social, a parte económica, a justiça, cultura, valores da sociedade e pessoais e, envolvência familiar.
Estando a população idosa a aumentar devido ao aumento da esperança de vida, este fenómeno implica necessariamente a envolvência de todos os setores sociais e de saúde assim como das famílias. As pessoas com mais idade são indispensáveis à sociedade pois o seu saber e experiência são valores de formação.
“A saúde é um dos quatro pilares do envelhecimento ativo, ao lado da educação, segurança e participação, conforme definiu relatório da OMS de 2022.”
É o amanhã que se começa a preparar hoje!
Entre os passeios com o(a) seu (sua) companheira, círculo de amigos que se tornaram “família alargada”, a leitura, o simplesmente “nada fazer” devemos procurar ativamente motivos para nos mantermos ativos.
Assim, procurar encontrar novos interesses como pintura, olaria, desenhar, jogos tradicionais de tabuleiro, cantar, danças, novos cursos em universidades direcionados ou não para a idade, aprender uma nova língua, ginástica, caminhadas, grupos de leitura e escrita, fotografia entre outros, são modos que permitem de forma livre e criativa manter a mente ativa, o corpo a mexer, e o ser social em movimento.
Viver é uma dádiva, curta ou longa, e cada um é responsável pelo modo como vive e pela marca que quer deixar com a sua passagem, principalmente num mundo onde o “eu” em vez do “nós” cada vez se instala mais.
Boa Reforma a todos, bom e feliz caminhar na reta final deste ciclo de vida, com a certeza que o prazer tem de estar na caminhada!
Enfermeira USF Vida Mais Vila Verde
