A possibilidade de um engasgamento e/ou paragem respiratória é um fator de ansiedade para pais de crianças pequenas e futuros pais.

A criança tem particularidades anatómicas e fisiológicas que condicionam a etiologia da paragem cardiorrespiratória, pelo que é necessário adaptar os procedimentos de Suporte Básico de Vida (SBV) a essas características. Está ainda particularmente sujeita a situações de obstrução da via aérea, dado que a mesma é de menor diâmetro e colapsa com facilidade.

Também a língua, de dimensões relativas maiores, mais facilmente causa obstrução da via aérea (INEM, 2017).

A principal causa de PCR na idade pediátrica é a hipoxia, como resultado final de um processo de deterioração progressiva da função respiratória e, posteriormente, circulatória. Raramente é um evento súbito. Por este facto, a prioridade na reanimação pediátrica é a permeabilização da via aérea e a oxigenação (INEM, 2017).

As manobras de Suporte Básico Vida Pediátrico salvam vidas. A intervenção precoce aquando da paragem respiratória na criança permite aumentar exponencialmente a probabilidade de sucesso. A formação em SBVP pretende dar as ferramentas necessárias para que os pais possam atuar em casos de Paragem Respiratória, Paragem Cardiorrespiratória e Obstrução da Via Aérea.

Foi neste sentido que surgiu a ideia na UCC Amares da realização de formação em Suporte Básico Vida Pediátrico para grávidas e/ou casal integrado na preparação para a parentalidade e também aos pais de bebés que frequentam o curso massagem infantil, pois considera-se que é essencial que todos os que diariamente lidam com crianças detenham competências básicas de socorro imediato. A formação é realizada pela Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria com experiência em Neonatologia e formação em Suporte Avançado de Vida Pediátrico.

A formação iniciou-se em janeiro de 2020, no entanto, as limitações impostas pela pandemia Covid-19 em março e a necessidade de reorganização dos Cuidados de Saúde Primários, fizeram com que houvesse interrupção das mesmas. As sessões foram retomadas em agosto de uma forma individual (grávida e/ou casal e pais do bebé) e não em grupo como inicialmente tinha sido planeado.

Até ao momento realizou-se a formação a 24 pais, sendo o feedback dos mesmos bastante positivo.

No final da formação os futuros pais/pais deverão ser capazes:

  • Compreender o conceito de Cadeia de Sobrevivência;
  • Atuar respeitando as normas de proteção e segurança;
  • Conhecer o Algoritmo de SBV Pediátrico;
  • Conhecer as manobras básicas de desobstrução da via aérea.

13-04-2021

Patrícia Ferreira

Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica

UCC Amares